29 maio 2007

Sem Resposta

Sem Resposta

(luka)


Tire um pouco o peso das minhas costas
Falta pouco tempo pra eu ir embora
e eu nem sei se vou voltar

Trilhe seu caminho faça suas apostas
Mas não me deixe aqui sozinho sem respostas
Que eu nem sei onde encontrar

Eu sou apenas uma criança indefesa
Você parece uma caixinha de surpresas
Se for assim meu bem, adeus

Não to te pedindo prá ficar
Não vou te encher de promessas
Eu te quero bem, mas no amor eu tenho pressa

Vá se acostumando com a minha ausência
Faça logo as pazes com a sua consciência
E veja se você errou

Trilhe seu caminho faça suas apostas
Mas não me deixe aqui buscando as respostas
Que você nunca encontrou

Voce parece uma criança indefesa
Você parece uma caixinha de surpresas
Se for assim meu bem, adeus

Não to te pedindo prá ficar
Não vou te encher de promessas
Eu te quero bem, mas no amor eu tenho pressa
Não to te pedindo pra ficar
Não vou te encher de promessas
Eu te quero bem...

21 maio 2007

Outra metade

Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.