10 junho 2007

Sonho

Dormia o teu sono
que dormia
e que sonhava,
Desvestida de medo e qualquer outro pano.
O domingo que abominava deixava entreaberta a janela para os meus olhares
E dormia: pêlos diante dos meus apelos, que ocultava
Refletia a lua, refletia as estrelas.
Mas para que céu dormia nua e transparente diante dos meus zelos?
Ofegante, os contornos do teu corpo, enchia-me os olhos de prazer, e de leve, o pensamento voava
A vontade de tocar macio a tua pele, branca, suave, exalando um perfume bom...
Quase concluo:
A distância do sonho e do despertar é a mesma do amor e do amar
Hoje sonhei e senti uma torrente de sensações. Muitas.
Será bom sentir contigo o teu cansaço?
E dormir contigo o teu sono?
Sono... zzzzz....

Os poetas que me perdoem a petulância, mas senti um desejo de caminhar por esta estrada, que me é desconhecida e pela qual, sem jeito algum, estou a tropeçar.

Um comentário:

Gabriel Galvão disse...

Fez todo sentido para mim.

A intenção da linguagem poética é mesmo a de extrapolar o poder de comunicação da língua.

Falar o que a língua não consegue.

E fez todo o sentido.

E talvez caminhar por esta estrada fortaleça as pernas de quem caminha, não é mesmo?